Qual a diferença entre pressão alta e hipertensão arterial sistêmica (que chamaremos apenas de hipertensão)? Será que você está com a pressão alta, ou seja, uma condição momentânea, ou tem hipertensão, uma doença?
O que é pressão alta? E Hipertensão?
Ao medir sua pressão, são informados dois números, um maior e outro menor, como 13 por 8 ou 14 por 9. O número maior é a pressão do sangue dentro das artérias quando o coração contrai e o valor menor é a pressão quando o coração está relaxado.
Pressão alta ocorre quando o valor da pressão está acima de um determinado valor (geralmente 14 por 9), mas não necessariamente significa que a pessoa tenha a doença chamada hipertensão. Ou seja, pressão alta não é uma doença.
A pressão varia ao longo do dia, sendo mais alta quando estamos acordados, fazemos exercícios, estamos estressados e mais baixa durante o sono, quando estamos descansando. Então se você medir sua pressão e ela estiver 15/9, não se assuste, isso NÃO significa que você tenha hipertensão!!!
Já a hipertensão é uma doença na qual os níveis médios de pressão permanecem elevados.
Qual o médico de Pressão Alta?
O médico especialista em pressão alta é o Cardiologista.
Dr Wilton Santana é Médico de pressão alta e hipertensão em BH. Atende atualmente em consultório na Região Hospitalar de Belo Horizonte. É, ainda, Médico Cardiologista do Hospital LifeCenter, onde atende pacientes com crise hipertensiva.
Dr Wilton Santana é Cardiologista pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Quais os sintomas da pressão alta e da hipertensão?
Na maioria das vezes, a pressão alta e a hipertensão, caso você tenha esse diagnóstico, não causa sintomas. Por isso a hipertensão é chamada de doença silenciosa e, por isso, muitas pessoas não dão a devida importância. Afinal, se não estou sentindo nada, não tenho que me preocupar, certo? Errado!!! Trata-se de uma doença que aumenta o risco do indivíduo ter infarto, AVC (derrame), doença renal, problemas de visão, entre outras, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida.
Quais as consequências da hipertensão para minha saúde?
Como foi mencionado anteriormente, a hipertensão arterial sistêmica aumenta o risco de infarto, AVC (derrame), doença renal, doença nos olhos, entre outras. Ou seja, ela pode diminuir consideravelmente a qualidade de vida de uma pessoa. Além disso, ela também reduz a expectativa de vida. Daí a importância em checar periodicamente como está sua pressão.
Como é feito o diagnóstico de hipertensão?
O diagnóstico é feito pela medida da pressão arterial, mas existem uma série de cuidados a serem tomados antes de medir a pressão. E quais são eles? São os seguintes:
- Ficar em repouso por 5 minutos;
- Manter os pés no chão e as costas encostada na cadeira;
- Não ter feito exercícios nos últimos 60 minutos;
- Não ter consumido álcool, café ou cigarro nos últimos 30 minutos;
- Manter o braço apoiado na mesa, na altura do coração;
- Estar com a bexiga vazia;
- Não falar durante a medição.
É fundamental seguir esses cuidados para que o valor medido corresponda à realidade.
Hipertensão é definida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) quando a pressão média está acima de 14/9, mas valores acima de 13/8 já merecem ser avaliados pelo médico.
No entanto, é importante deixar claro que não basta apenas uma medida acima desse valor para considerar que o indivíduo tenha hipertensão. Para chegar ao diagnóstico, são necessárias várias medidas de pressão acima dos valores considerados normais ou a realização de exames como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (M.A.P.A.), em que o paciente fica 24h com um aparelho portátil que mede a pressão (vide figura abaixo).
Uma causa bem conhecida de aumento da pressão, sem que a pessoa seja hipertensa, é a ansiedade gerada quando ela vai ao médico. É chamada de hipertensão do jaleco branco: quando o indivíduo está na presença do médico a pressão aumenta devido a ansiedade, mas quando ele não está na presença do médico, a pressão fica normal.
Essa doença tem cura?
Na maioria das vezes não. Mas a notícia boa é que a hipertensão tem tratamento, que deve ser feito para o resto da vida. Em algumas situações, a hipertensão pode ser consequência de outras doenças. Nesses casos, ela é chamada de hipertensão secundária e pode ter cura.
A principal causa de hipertensão secundária é a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Nome complicado, mas fácil de entender. É uma doença na qual a pessoa para de respirar durante vários momentos do sono. A principal consequência disso é a redução dos níveis de oxigênio no sangue. E essa redução tem várias consequências negativas para nossa saúde.
Costumo chamar essa doença de a “doença do ronco” porque pessoas que roncam podem ter essa doença. Então se você ronca e tem pressão alta, procure uma avaliação médica.
Como é feito o tratamento (como baixar a pressão alta)?
O tratamento da hipertensão é feito adotando medidas não-farmacológicas, ou seja, que não dependem de medicamento, mas de mudanças comportamentais ou no estilo de vida do indivíduo e medidas farmacológicas, ou seja, quando a pessoa precisa usar algum medicamento. Ou seja, o tratamento é para o resto da vida e precisa de monitoramento constante.
As principais medidas não-farmacológicas, são:
- Perda de peso, caso a pessoa esteja acima do peso;
- Alimentação rica em frutas, vegetais e praticamente sem produtos processados e ultraprocessados que são ricos em sal;
- Prática de atividade física por pelo menos 30min na maioria dos dias da semana;
- Redução do consumo de álcool, caso você consuma mais de 2 drinks por dia.
O tratamento farmacológico, ou com medicamentos, é indicado quando a pessoa não consegue o controle da pressão apenas com mudanças comportamentais ou do estilo de vida. Para isso existem diversas classes de medicamentos, sendo que as principais estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) ou no programa Farmácia Popular.
Você já deve ter ouvido falar de vários dos medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão. Os mais conhecidos e eficazes são encontrados nas farmácias dos postos de saúde. Existem outros, mas a maioria das pessoas consegue controlar a pressão utilizando alguns desses, ou associações entres esses medicamentos. Mas lembre-se, todo medicamento deve ser utilizado sob supervisão médica!
Vale lembrar que os medicamentos podem causar reações desagradáveis. Entre as mais comuns estão tosse, inchaço das pernas, dor de cabeça e tontura. Caso isso ocorra, consulte seu médico para que ele avalie a redução da dose ou até mesmo substituição por outro medicamento.