Quais os malefícios do cigarro para a saúde do seu coração? Você sabia que existe tratamento para parar de fumar? O cigarro eletrônico pode me ajudar a parar de fumar? Confira respostas a essas perguntas e outras informações no texto abaixo.
O tabagismo ou o hábito de fumar é uma doença?
Sim. O tabagismo é classificado como uma doença crônica causada pela dependência da nicotina. De acordo com autoridades sanitárias dos Estados Unidos, o tabagismo é a principal causa evitável de doenças e morte no mundo. Em média, quem fuma tem 6 anos a menos de vida em comparação com quem não fuma.
No Brasil, cerca de 10% da população adulta é fumante! Isso equivale a aproximadamente 15 milhões de pessoas. Em BH, cerca de 12% da população masculina é fumante, enquanto entre as mulheres, cerca de 8% fumam. No Brasil, em 2017, uma pessoa morreu a cada 3 minutos e meio devido a alguma doença causada pelo cigarro.
Quais os impactos econômicos no meu bolso?
Vamos considerar que um maço de cigarro custa em média R$7,00. Uma pessoa que fuma 1 maço/dia, ao final de um mês terá gasto R$210,00, ou cerca de 17% do salário mínimo. Ao final de 1 ano, ela terá gasto R$2520,00 ou dois salários mínimos! Se a pessoa fuma 2 maços/dia, os valores dobram. R$ 420,00 em um mês e R$ 5040,00 em um ano. É muito dinheiro gasto fazendo mal à saúde!
O que é a dependência do cigarro? E a abstinência?
Um dos aspectos mais estudados e conhecidos do uso de tabaco nas suas mais variadas formas (cigarro de papel, cigarro de palha, charuto, cachimbo, cigarro eletrônico, rapé…) é a dependência. E essa dependência é causada pela nicotina, principal substância do cigarro. Mas o cigarro não contém apenas nicotina. Estima-se que existam mais de 7000 substâncias no cigarro. E todas elas podem causar sérios danos à saúde.
Outro sintoma comum em quem fuma é a abstinência que pode ocorrer após 24-72h sem fumar. É uma resposta do organismo para fazer com que a pessoa fume e, assim, evitar os efeitos desagradáveis da retirada do cigarro. A abstinência pode se manifestar como irritação, dificuldade para dormir, aumento do apetite, dificuldade de concentração e enjoo.
Quais as consequências do tabagismo para minha saúde?
Que o cigarro faz mal, muito mal à saúde, todos sabemos e ninguém questiona! Mas você sabe quais as doenças o cigarro pode causar?
O hábito de fumar causa mais de 50 doenças. E quanto mais a pessoa fuma, maiores são os riscos de desenvolver doenças. Entre as doenças causadas estão as doenças pulmonares, cardiovasculares e cerebrovasculares e diversos tipos de câncer.
Em relação às doenças pulmonares, o cigarro é a principal causa de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Entre as pessoas que fumam 1 maço/dia, 15% desenvolverão essa doença. Já entre as pessoas que fumam mais de 1 maço/dia, 25% desenvolverão.
Outra doença que também pode ser causada e intensificada pelo cigarro é a asma. Mas não só em quem fuma. Crianças expostas à fumaça do cigarro têm mais chance de desenvolver asma na vida adulta.
Outro grupo de doenças muito relacionadas ao cigarro é o câncer. Mas o cigarro causa não apenas câncer de pulmão. O cigarro possui 69 substâncias capazes de causar câncer. E entre os tipos de câncer, o cigarro está relacionado ao câncer de pulmão, bexiga, língua, laringe, estômago, pâncreas, esôfago, nos rins e leucemia mieloide aguda.
Em relação ao câncer de pulmão, o cigarro é responsável por 80% dos casos em homens e 50% nas mulheres.
Quanto ao sistema nervoso, o cigarro pode causar acidente vascular encefálico (derrame), demência e esclerose múltipla. O risco de ter derrame é quatro vezes maior em quem fuma, mas também reduz significativamente após a pessoa parar de fumar.
No Brasil, estima-se que 65% das mortes decorrentes do uso de cigarro são atribuídas ao DPOC, doenças cardíacas, câncer de pulmão e acidente vascular encefálico.
Qual o médico para me ajudar a parar de fumar?
Uma das especialidade médicas que pode te ajudar a parar de fumar é o Cardiologista.
Dr Wilton Santana é Médico e auxilia pessoas que querem parar de fumar em BH. Atende atualmente em consultório na Região Hospitalar de Belo Horizonte. É, ainda, Médico Cardiologista do Hospital LifeCenter, onde atende pacientes com crise hipertensiva.
Dr Wilton Santana é Cardiologista pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
E quais as consequências do tabagismo especificamente para a saúde do meu coração?
Entre as doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo, o cigarro pode causar infartos, arritmias, morte súbita, insuficiência cardíaca, aneurisma da aorta.
Quem fuma tem risco três vezes maior de ter infarto e quem fuma mais de 40 cigarros/dia, tem nove vezes mais risco de infartar. Mas após 15 anos sem fumar, esse risco fica igual ao das pessoas que nunca fumaram. Fumar aumenta em até quatro vezes o risco de ter morte súbita.
Fumar também está fortemente associado a doenças vasculares (nas veias e nas artérias). A dilatação (aneurisma) da aorta abdominal tem um risco cinco vezes maior de acontecer em quem fuma. Além disso, o cigarro também aumenta o risco de obstrução das artérias que podem levar a quadros extremos, como amputação de um membro.
Enfim, fumar pode afetar todo organismo e não há níveis seguros para consumo de tabaco.
Quais os benefícios de parar de fumar?
Vários, como você pode imaginar.
De imediato, os primeiros efeitos são a redução dos batimentos cardíacos e diminuição da pressão arterial.
Após algumas semanas, o funcionamento do pulmão melhora e a pessoa tem mais facilidade para respirar. Nesse período há também melhora da circulação sanguínea.
Depois de alguns anos sem fumar, o risco de ter infarto se torna o mesmo de uma pessoa que nunca fumou.
Além disso, parar de fumar também reduz o risco dos diversos tipos de câncer associado ao cigarro, inclusive o de pulmão. Reduz também o risco de outras doenças pulmonares.
Essa doença tem tratamento? E como é feito o tratamento?
Felizmente, há tratamento para o tabagismo.
Na verdade, trata-se de um programa com duração de 3 meses no qual a pessoa comparece a pelo menos 7 consultas, da seguinte maneira:
- 4 consultas semanais
- 2 consultas quinzenais
- 1 consulta ao final do 3 mês
Na primeira consulta são avaliados diversos pontos. Algumas das questões abordadas são a quantidade de cigarro consumida, idade que iniciou a fumar, carga tabágica ao longo da vida, se a pessoa já tentou parar de fumar, quantas vezes já tentou, qual o grau de dependência, a motivação e confiança de que vai conseguir parar de fumar. Mas há outras questões abordadas.
Após a avaliação inicial, é estabelecida uma data na qual a pessoa deverá parar de fumar, o dia D. Nesse momento ela recebe uma cartilha com orientações sobre o tabagismo. Essa cartilha é de fundamental importância porque esclarece várias dúvidas e fornece dicas valiosas para os momentos de fissura.
A cada retorno é avaliado se a pessoa está com sintomas de abstinência, como está a motivação e a confiança de que ela vai parar de fumar. Mas também é avaliado quais os benefícios que ela tem sentido ao parar de fumar. São vários os relatos: melhora do paladar, do olfato, melhora para respirar, do sono, mais disposição, entre outros.
Mas e os medicamentos?
Primeiro é necessário ter em mente que o tratamento com medicamento é apenas uma parte do tratamento. Ele sozinho, praticamente não tem efeito. É fundamental que a pessoa entenda os prejuízos que o cigarro traz à sua vida e que ela queira parar de fumar.
Hoje no Brasil existem 2 medicamentos que podem ser ingeridos, os adesivos de nicotina e a goma ou pastilha de nicotina. Qual será prescrito depende do perfil de cada paciente.
Os cigarros eletrônicos podem me ajudar a parar de fumar?
O cigarro eletrônico é um tipo de dispositivo eletrônico para fumar (DEF). Os primeiros dispositivos foram lançados por volta de 2005. Hoje já estão na 4 geração, são pequenos e se parecem com um pendrive. A indústria alega que eles ajudam as pessoas a parar de fumar e que são menos prejudiciais à saúde, mas não há evidências disso. Muito pelo contrário, as evidências que dispomos até o momento mostram que esses dispositivos são muito mais nocivos à saúde do que o cigarro de papel. Vale lembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe a comercialização, importação, publicidade e propaganda desses dispositivos no Brasil.
Estudos mostraram que esses dispositivos aumentam em 42% o risco de infarto e elevam em até 48% o risco de surgimento de asma em adolescentes. Além disso, o cigarro eletrônico possui inúmeras substâncias que podem causar lesões em diversos órgãos. Definitivamente, o uso desses dispositivos não é seguro e, muito provavelmente, é mais nocivo do que o cigarro comum.
Se você quiser vencer o vício da nicotina, não há
outra maneira a não ser parando de usar nicotina.
Leia também
Fontes
- Razões para parar de fumar
- Tabagismo — Português (Brasil)
- Cigarro eletrônico — Português (Brasil)
- Livro: Tabagismo – Prevenção e tratamento (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia)
Uma resposta
Por mais que sabemos sobre os males do vício, é muito difícil para algumas pessoas parar por si mesmas. Logo é preciso de ajuda e sou uma delas.
Aguardo por favor vcs entrarem em contato comigo. Obrigada.